7 de setembro de 2010

Proibida de lembrar, com medo de esquecer.

Por mais que eu lutasse para não pensar nele, eu não lutava para esquece-lo.
Eu me preocupava - tarde da noite, quando a exaustão da privação de sono penetrava em minhas defesas - que tudo desaparecesse. Que minha mente fosse uma peneira e eu um dia não conseguisse me lembrar da cor exata de seus olhos, da sensação de sua pele fria ou da textura da sua voz. Eu podia não pensa naquilo, mas queria me lembrar de tudo.
Porque só havia uma coisa que eu precisava acreditar para poder viver - eu precisava saber que ele existira. Era só. Todo o restante eu podia suportar. Desde que ele tivesse existido.